justiça

Mulher acusada de matar ex-namorado é absolvida em júri

Camila Gonçalves

Foto: Divulgação
Lúcia (à direita) não chegou a cumprir prisão pelo crime

O Salão do Júri do Fórum de Santa Maria ficou lotado, nesta terça-feira, para o julgamento de Lúcia Fátima de Toledo Cassot, 65 anos, acusada de matar o ex-namorado Rogemar Silva Rodrigues com três disparos de revólver. O crime aconteceu no dia 17 de setembro de 2012, na casa do ex-marido dela, um ex-delegado regional de Santa Maria. Acusada de homicídio qualificado com recurso que dificultou a defesa da vítima e dissimulação, Lúcia foi absolvida pelo Tribunal do Júri por 4 votos a 1. Ela não chegou a ser presa ao longo do processo.  

O advogado de Lúcia, Daniel Tonetto, defendeu a tese de legítima defesa e inexigibilidade de conduta adversa, quando o autor age de maneira ilícita, mas não merece ser punido porque as circunstâncias não exigiam comportamento conforme ordenamento jurídico. Tonetto levou ao júri elementos como os registros de ocorrência feitos por Lúcia contra Rodrigues por lesão corporal e danos ao carro dela.

VÍDEO: conduta de PMs durante atendimento de ocorrência é investigada

Já o promotor Joel Oliveira Dutra argumentou a acusação com base em depoimento em vídeo do delegado Guilherme Paul, que, na época, investigou o caso. No documento, Paul relata que Lúcia teria confessado à polícia que comprou a arma usada no crime e que teria planejado a morte do namorado porque estava cansada de apanhar dele. Segundo o promotor, o Ministério Público não vai recorrer da decisão.

O CASO 

Rogemar Silva Rodrigues foi morto na casa do ex-marido e pai dos dois filhos de Lúcia. Ela tinha uma relação de amizade com o ex-marido e por isso morava na casa, na Rua Silva Jardim, próxima ao Bispado, em Santa Maria. O ex-marido e um dos filhos de Lúcia estavam na casa no momento dos disparos. De acordo com a defesa de Lúcia, ela e Rodrigues tinham um relacionamento tumultuado que chegou a durar quatro anos.

A arma usada no crime foi um dos prontos chave do processo. A acusação sustentava que Lúcia havia comprado a arma, enquanto a defesa dizia que o revólver pertencia à vítima. A justiça chegou a ouvir um homem que tinha o registro da arma, em São Paulo, mas não foi esclarecida a informação sobre a quem pertencia o objeto. 


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